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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

O Horizonte das Palavras

25.05.09, maripossa

Sem direcção, sem caminho escrevo esta página que não tem alma dentro.

Se conseguir chegar à substância de um muro acenderei a lâmpada de pedra na montanha.

E sem apoio penetro nos interstícios fugidios, ou enuncio as simples reiterações da terra,

as palavras que se tornam calhaus na boca ou nos meus passos.

Tentarei construir a consistência num adágio de sílabas silvestres, de ribeiros vibrantes.

E na substância entra a mão, o balbucio branco de uma língua espessa, a madeira, as abelhas,

um organismo verde aberto sobre o mar, as teclas do verão, as indústrias da água.

Eu sou agora o que a linguagem mostra nas suas verdes estratégias, nas suas pontes

de música visual: o equilíbrio preenche os buracos com arcos, colinas e com árvores.

Um alvor nasceu nas palavras e nos montes. O impronunciável é o horizonte do que é dito.

 

António Ramos Rosa
 

2 comentários

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    maripossa

    25.05.09

    Amigo Eduardo. Gosto muito deste autor escritor! tem prosa linda e que me diz muito.
    Beijinho de amizade Lisa
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