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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

A Fábula do Vento

15.07.08, maripossa
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O que eu te quero contar não foi dito nem escrito na pele de nenhuma página. Ou foi dito e escrito milhares de vezes e milhares de vezes apagado pela própia palavra. Sem visão,no vão esquecimento,tento iniciar uma fábula do vento até à ondulação,até à transparência. Tenho na boca o sabor de um canto que é já o canto de um sabor aéreo. O meu desejo procura construir cálices incendiados,sílabas amorosas,hieroglifos de água e fogo. Não estou no centro mas na orla da distância,na frescura da soberana inteligência do mar.
Reconheço agora todas as qualidades do solêncio,da brancura e da luz e da sia móvel mas permanente equivalência. A interrogação mais pura levanta-se e resolve-se em mil ondas incessantes,nas volutas vertiginosas do vento


António Ramos Rosa

Ontem à Noite

14.07.08, maripossa
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Ontem à noite, depois da sua partida definitiva, fui para aquela sala do rés-do-chão que dá para o parque, fui para ali onde fico sempre no mês de junho, esse mês que inaugura o Inverno. Tinha varrido a casa, tinha limpo tudo como se fosse antes do meu funeral. Estava tudo depurado de vida, isento, vazio de sinais, e depois disse para comigo: vou começar a escrever para me curar da mentira de um amor que acaba. Tinha lavado as minhas coisas, quatro coisas, estava tudo limpo, o meu corpo, o meu cabelo, a minha roupa, e também aquilo que encerrava o todo, o corpo e a roupa, estes quartos, esta casa, este parque. E depois comecei a escrever...


Marguerite Duras

Nossa Senhora de Antime

14.07.08, maripossa

Ao longo de algum tempo que assisto a estas festas, embora de ano para ano seja mais repetitivo as ofertas, ou se calhar, nós é que temos mais coisas para ver. Pois a um bom par de anos o fogo nesta terra que na altura ainda era vila, se fazia de pompa e circunstância e beleza, pois embora de uma terra com pirotécnicos de fogos de artifício ainda vinham de Lanhelas e doutros lados, se fazia a cachoeira de fogo no Celebre Jardim do Calvário, jardim de rara beleza, com árvores de grande porte, e local aprazível. 
O Fogo era deitado dos quatro lados da cidade antes (VILA) e toda a cidade ficava iluminada de fogo, o centro era o de grande atracção, era na altura uma grande dor de cabeça para os Bombeiros locais, pois as casas tinham de ser bem vigiadas, não fosse as canas dos foguetes caírem, e lá era mais uma moradia com incêndio, hoje a Cidade cresceu e se tem espalhado mais as diversões, pois os mais novos não devem lembrar, até eu que vinha forasteira, ficava admirada de tanta beleza. Hoje muito se perdeu se calhar por termos outras valências e gostos! Mas fica na lembrança do bem receber a boa vitela assada e muito a recordar. Nos dias de ontem um espectáculo com Rita Guerra, estava muita gente, mas no sítio pouco se via, pois estava vedado junto à Câmara Local. Não sei se derivado ao Fogo que ia ser lançado de seguida.

Nossa senhora das Dores,transportada pelos Bombeiros locais.
O Grande cartaz é sem dúvida a procissão de Nossa Senhora de Antime, que junta milhares de devotos, tanto na vinda à cidade como na ida.
Estudiosos locais têm ligado a importante festa a um «culto solar ou ritual de fecundidade», ligado o primeiro ao paganismo ou ao próprio nome da Virgem e o segundo ao ritual de passagem da adolescência para a idade adulta
Da cidade sai o andor de nossa Senhora das Dores, feita a transportar pelos Bombeiros locais, se dirigem para a Ponte de S. José, onde se faz o encontro com a Senhora da Misericórdia de Antime, onde fazem uma vénia os dois andores, vindo de seguida para Fafe Igreja Nova onde fica até as 6 horas da tarde saindo de seguida rumo ao Lombo, onde existe um local, onde é feito uma palestra pelo pároco da freguesia de Fafe, rumando de seguida para a igreja de Antime, mais conhecida por santa Maria de Antime

Nossa Senhora de Antime

Pablo Neruda

12.07.08, maripossa


Pablo Neruda
Pablo Neruda (Neftalí Ricardo Reyes Basoalto), foi um poeta chileno, um dos mais importantes poetas da língua castelhana do século XX, nascido em Parral (Chile) no dia 12 de Julho de 1904, Filho de José del Carmen Reyes Morales, operário ferroviário, e dona Rosa Basoalto Opazo, professora primária, morta quando Neruda tinha um mês de vida. Cônsul do Chile na Espanha (1934-1938) e no México, eleito senador em 1945, foi embaixador na França (1970). Suas poesias da primeira fase são inspiradas por uma angústia altamente romântica. Passou por uma fase surrealista. Tornou-se marxista e revolucionário, sendo, primeiramente, a voz angustiada da República Espanhola e, depois, das revoluções latino-americanas. Faleceu em Santiago (Chile) no dia 23 de Setembro de 1973.

O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera , amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Pablo Neruda

Amigos

11.07.08, maripossa
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Muita gente vai entrar e sair da sua vida,
Mas somente verdadeiros amigos deixaram marcas em seu coração.
Para se segurar use a cabeça:Para segurar os outros use o coração.
Ódio é apenas uma curta mensagem de perigo.Grandes mentes discutem idéias;
Mentes medianas discutem eventos;Mentes pequenas discutem pessoas.
Aquele que perde dinheiro, perde muito;Aquele que perde um amigo, perde muito mais;
Aquele que perde a fé perde tudo.Jovem bonito é um acidente da natureza,
Velho bonito é uma obra de arte.Aprenda com os erros dos outros.
Você não pode viver bastante o suficiente para comete-los todos por se só.
Amigos, eu e você...Você trouxe outro amigo...E nós iniciamos um grupo... seu circulo de amigos...E como um circulo, não tem começo nem fim...
Um presente precioso é este momento agora...
Ontem é Historia. Amanhã é mistério. Hoje é uma dádiva.
Mostre a seus amigos o quanto eles são importantes.

Tudo isto é pouco para uma amiga,da qual gosto bastante e como prova de amizade,e de algum esquecimento,no dia de seus anos.. Para ti carminda

Da solidão

11.07.08, maripossa

A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor ser que ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.

Vinicius de Moraes

 

A Espera do Vento

09.07.08, maripossa
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Espero. Espero o vento. Coloco-me na área aberta entre a areia e o sal. O meu desejo é pólen.,delírio da pedra,labirinto de folhas.É talvez a energia da cinza que me move. Escrevo com três vogais de água pura e quatro palavras de sol branco.
Um sinal desenhado na argila,uma minúscula aranha,uma pequena chama no solo,o tremor do ar,tudo indica que as palavras,entre o sono e o sol,se consumarão com a verde energia do desejo liberto

António Ramos Rosa

Um Pouco de Felicidade

09.07.08, maripossa

De certa forma sou uma pessoa feliz, por menos faço por tal.Mas aprendemos ao longo do tempo fazer um pouco de felicidade para si próprio, senão vejamos, nos vamos lamentar todos os dias não, pois devemos enfrentar as adversidades que a vida nos reserva, se temos filhos, a vida se torna um encanto se eles se portam bem, no meu caso sim, felizmente! se temos um amor, cada dia se deve inovar a união se não cai em rotina, e fica como um relógio, sempre na mesma direcção, se temos um trabalho, devemos nos empenhar pelo mesmo, nunca dizer mal do que muitas vezes está bem, mas como já levamos problemas para ele, corre mal todo o dia, os problemas familiares e não só, devem ficar a entrada da porta.
Ao longo do tempo aprendi, respeitar para ser respeitado, foi sempre esta a minha filosofia de vida. Passaram muito colegas de trabalho por mim, entravam logo enervados, com tudo e com todos, temos de nos capacitar que nada vem por acaso, por menos devemos fazer para que tal não aconteça, senão a vida é difícil de viver. Devemos Sentir primeiro, depois pensar;Perdoar primeiro, depois julgar;Amar primeiro, depois educar. Esquecer primeiro, depois aprender;
Como podem ver não custa nada,é preciso tentar,por menos para ser feliz um pouco. Lisa

 

O Jardim do Corpo

07.07.08, maripossa


Ninho de palavras escuras, rumor de folhas e de mãos pequenas,insectos de delicada chama,diminutos fulgores silenciosos. Entre confusas claridades verdes,na plena humidade, o fogo abre a flor do corpo,intacta e branca. Os astros acendem-se como animais que sobem a direcção do vento.
Esta é a morada ardente e sossegada,o obscuro jardim do corpo e das palavras lisas. Uma alegria de formas,de sons,de cores. A navegação luminosas pela árvore do corpo,pela sua água,pelo seu horizonte de lábios. O corpo abriu-se e multiplica-se num só corpo e estremece numa ampla respiração como folhagem solar.

António Ramos Rosa

Pão Dignidade Amor Cultura Paz

07.07.08, maripossa

Pão, dignidade, amor, cultura, paz, justiça clara, não justiça cega, se um mesmo gesto de colher lhe chaga, porque é que toda a gente não o faz? É tal ideia demasiado audaz?

Porque razão tanto desassossega? Humano o é o que a o ser se entrega, não o que em contraria-lo se compraz.

Quem, com desdém, dos outros se desliga a si próprio se exclui de merecê-los. Erra se crê que tudo sempre dome. Pois quem semeou,só espanta que maldiga injustiça sem sombra de desvelos, guerra, ignorância, ódio, vergonha, fome

 

 

Armindo Rodrigues