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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Num Silêncio de Terra

23.03.09, maripossa

Num silencio de terra.Onde ser é estar a sombra se inclina. Hábito dentro da grande pedra de água e sol. Respiro sem saber, respiro a terra.

Um intervalo de suavidade ardente e longa. Sem adormecer no sono verde.

Afundo-me, sereno, flor ou folha sobre folha abrindo-se, respirando-me, flectindo-me no interior aberto. No principio, um rosto se desfaz, um sabor ao fundo da água ou da terra, o fogo único consumido em ar.

eis o lugar em que o centro se abre ou a lisa permanência clara, abandono igual ao puro ombro em que nada se diz, e no silêncio se une a boca ao espaço.

Pedra harmoniosa do abrigo simples, lúcido, unido, silencioso umbigo do ar. Aí o teu corpo renasce à flor da terra. Tudo principia.

 

António Ramos Rosa

 

Vôo

23.03.09, maripossa


Alheias e nossas as palavras voam.
Bando de borboletas multicores, as palavras voam
Bando azul de andorinhas, bando de gaivotas brancas,
as palavras voam.



Viam as palavras como águias imensas.
Como escuros morcegos como negros abutres, as palavras voam.
Oh! alto e baixo em círculos e retas acima de nós, em redor de nós as
palavras voam.
E às vezes pousam.

Cecília Meireles