Bom fim Semana
Aos amigos que por aqui passarem.Bom fim de semana,aproveitam o sol e este cheirinho a verão tão gostoso. Sejam felizes a vida agradeçe.
Lisa
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Aos amigos que por aqui passarem.Bom fim de semana,aproveitam o sol e este cheirinho a verão tão gostoso. Sejam felizes a vida agradeçe.
Lisa
Há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida pensava eu... como seriam felizes as mulheres à beira mar debruçadas para a luz caiada, remendando o pano das velas espiando o mare a longitude do amor embarcado por vezes.
Uma gaivota pousava nas águas outras era o sol que cegava, e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite os dias lentíssimos... sem ninguém e nunca me disseram o nome daquele oceano esperei sentado à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar, se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. Mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.) um dia houve que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta inclino-me de novo para o pano deste século. Recomeço a bordar ou a dormir tanto faz.
Sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto
Vi um livro no lixo e arrepiei-me pensando que há livros que nascem mortos. Pode-se viver sem ler ? Quem não lê não entra no rio da história e quem lê é como o mar onde desaguam muitos rios. Comprar um livro é sempre como a primeira vez, como quem marca um encontro para receber uma confidência. Uma casa sem livros está desabitada, é uma pensão... Os livros são janelas. Hoje vou abrir uma delas.
Vasco Pinto de Magalhães
Sem direcção, sem caminho escrevo esta página que não tem alma dentro.
Se conseguir chegar à substância de um muro acenderei a lâmpada de pedra na montanha.
E sem apoio penetro nos interstícios fugidios, ou enuncio as simples reiterações da terra,
as palavras que se tornam calhaus na boca ou nos meus passos.
Tentarei construir a consistência num adágio de sílabas silvestres, de ribeiros vibrantes.
E na substância entra a mão, o balbucio branco de uma língua espessa, a madeira, as abelhas,
um organismo verde aberto sobre o mar, as teclas do verão, as indústrias da água.
Eu sou agora o que a linguagem mostra nas suas verdes estratégias, nas suas pontes
de música visual: o equilíbrio preenche os buracos com arcos, colinas e com árvores.
Um alvor nasceu nas palavras e nos montes. O impronunciável é o horizonte do que é dito.
António Ramos Rosa
Deixa que o rio te leve, ao sabor do vento e te encontre nas margens, dos teus desejos. Na passagem colhe as flores e os lírios que abundam pela margem. O rio te corre o pensamento, e no instante sentes o cantar da água, quando ele bata na pedra polida pela idade. Te acerca dele e fala… como se fosse alguém que escuta o pensamento. Mergulha teus pés cansados da estrada da vida, e pensa que estás ali esperando, por o veres partir e a água que passou jamais passa no mesmo lugar. Goza o momento que tiveste, e desfruta do dia e da hora, em que ele passou por ti a correr, e levou os teus pensamentos juntos.
Liso 22/05/2009