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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Um céu e nada mais

26.06.09, maripossa

Um céu e nada mais - que só um temos,
como neste sistema: só um sol.
Mas luzes a fingir, dependuradas
em abóbada azul - como de tecto.
E o seu número tal, que deslumbrados
eram os teus olhos, se tas mostrasse,
amor, tão ribalta azul, como de
circo, e dança então comigo no
trapézio, poema em alto risco,
e um levíssimo toque de mistério.
Pega nas lantejoulas a fingir
de sóis mal descobertos e lança
agora a âncora maior sobre o meu
coração. Que não te assuste o som
desse trovão que ainda agora ouviste,
era de deus a sua voz, ou mito,
era de um anjo por demais caído.
Mas, de verdade: natural fenómeno
a invadir-te as veias e o cérebro,
tão frágil como álcool, tão de
potente e liso como álcool
ímplodindo do céu e das estrelas,
imensas a fingir e penduradas
sobre abóbada azul. Se te mostrasse,
amor, a cor do pesadelo que por
aqui passou agora mesmo, um céu
e nada mais -que nada temos,
que não seja esta angústia de
mortais (e a maldição da rima,
já agora, a invadir poema em alto
risco), e a dança no trapézio
proibido, sem rede, deus, ou lei,
nem música de dança, nem sequer
inocência de criança, amor,
nem inocência. Um céu e nada mais.

 

Ana Luísa Amaral

(fotos sapo)

Pensamento de Momento

24.06.09, maripossa

Por vezes penso como deve ser uma vida sem objectivos.Medo que as paredes ouçam o que o coração tenta dizer. Longe de mim ser adivinha ou conselheira! mas sei, que ainda muitas pessoas sofrem em silêncio com medo de explodir e dizer basta. Como sabem convivo com muita gente, de classe alta alguns, mas mais de classe humilde, penso que actualmente mais. Os de classe alta, vivem de aparência e status social, hora puxam um saco, hora outro a ver de qual levam mais, quem não tiver este dão se da mal com a vida.

Mas o que eu tenho mais (pena) é de alguns idosos que vivem e morrem de solidão, não podem falar porque a família não deixa, é esta dor que os leva para a cova mais cedo, alguns até lhe batem? Mas se nascemos todos iguais, nus e livres de preconceitos porque será que a sociedade do faz de conta, tenta  fazer as pessoas? senta-los no banco do jardim de boca calada e não poderem viver dignamente e felizes? Fica aqui uma ideia. É que hoje me deu para falar nisto, não liguem, foi só um desabafo, porque sei que é verdade.

 

Como esta menina gosta de flores, ou não fosse (maripossa) aqui ficam flores, para todos sem excepções, novos velhos e todos que amam a vida e a natureza.

Lisa

 

Pobres das Flores dos Canteiros

22.06.09, maripossa

Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam...

 

 

Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos

 

Regresso

19.06.09, maripossa

Sem mais nem menos
surgiu o passado,
corpo intranquilo
feito de sons semelhantes
aos rostos que amei,
universo donde me excluí,
mar desprovido de cais
na obliquidade dos contrastes.

Esta noite voltei à minha infância:
menina rosada de sonhos nos bolsos,
bailarina de corda na caixinha de som.

À infância regressa-se solitariamente,
subindo um rio sem margens,
até ao lugar em que a nascente
se confunde com o tempo
e o tempo se transforma em espanto.

Procuro, teimosamente,
o rasto da brisa
que me invade o corpo
e apenas sei que o sonho
é um risco inquietante,
quando a solidão tem rosto
e se conhece a posição das estrelas
no âmago das palavras.

Reinicio a infância
no esboço do poema
e circunscrevo o litoral
fragmentado do que sou.

Quem foi que descodificou
o céu no meu olhar
e me deixou na alma
um deus imaginado?

Quando o espaço do sonho é circular
como o tempo das cerejas,
ou da migração dos pássaros
que fendem o infinito,
inadiado é o rito da poesia.

Se eu fosse uma gaivota, dançaria
na proa dos veleiros
até à hipnose
de abraçar a maresia.


Graça Pires

 

sonho!

17.06.09, maripossa

Hoje acordei com um sonho! Trepar aos montes e sentir o silêncio que se faz ouvir. Plantar um canteiro cheio de flores silvestres, com um sachinho tirar as ervas daninhas que sempre abundam pelos canteiros,  regar as flores acabadas de plantar. Deixar as mesmas repousar no silencio da serra! Um dia voltar lá e visitar,  ver o que resta. Se as sementes voaram para algum lugar distante, se as folhas se fizeram ao rio que passa perto, se um casal de namorados passou no local e colheu alguma? Então subi e andei bastante, encontrei um lindo prado de belas flores e cores diversas, que encheram meus olhos de esperança. Quanto foi meu espanto que algumas delas, germinaram tanto que parece que chegavam ao céu, onde os pássaros voavam em seu redor, era o cheiro do carinho e da amizade que as fez crescer em plena serra, e não será preciso ser na serra ou em outro local, a amizade está sempre presente onde está um coração livre e com amor para distribuir. Como as poucas flores plantadas deram, um belo jardim da minha imaginação.

Lisa

Entrei no café com um rio na algibeira

15.06.09, maripossa

Entrei no café com um rio na algibeira,e pu-lo no chão,a vê-lo correr da imaginação...

A seguir, tirei do bolso do colete,nuvens e estrelas,e estendi um tapete,de flores a concebê-las.

Depois, encostado à mesa,tirei da boca um pássaro a cantar
e enfeitei com ele a Natureza,das árvores em torno,a cheirarem ao luar,que eu imagino.

E agora aqui estou a ouvir.A melodia sem contorno
Deste acaso de existir-onde só procuro a Beleza
para me iludir,dum destino.

 

José Gomes Ferreira

 

Calçada

15.06.09, maripossa
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Tu que te achas um ser superior,olha para a esquerda e para a direita! Mas que o teu olhar se prenda no que vês, meninos sem lar,mulheres de rua e homens a mingua da sorte. E tu que és o senhor de sapato fino e de marca, camisa branca de seda, imponência, como o cisne que anda no lago; passas sem olhar,para o que conseguiste fazer em alguns anos,destruíste as oportunidades,os sonhos,e deixaste as crianças mais tristes do que até aqui.Ao pisares as pedras da estrada e caminho elas sentem a dor,daqueles que a deixam lá todos os dias a todas as horas,mas tu segues, como que fosse algo sem importância nem sentimento. Pensa e reflecte se ainda vais a tempo,será que tudo isto merece todo este desprezo pela vida humana, tudo que construíste com o suor dos que passam! um dia muito próximo,virás a ser destruído, por alguém que te ira fazer o mesmo. O que um dia era a camisa de seda branca,e sapatos italianos? Então virão a ser uns simples sapatos dos que correm todos os dias a calçada, a procura de algo,que lhe dê para o sustento,e viver condignamente no seu lar. Só basta um pequeno gesto e sentimento puro, para que tudo fosse diferente.Ainda acredito e tenho esperança.
Lisa

Frases que Gosto

14.06.09, maripossa
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Uma vida sem amor é como árvores sem flores e sem frutos. E um amor sem beleza é como flores sem perfume. Vida, amor, beleza: eis a minha trindade. (Gibran, Temporais)

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"Se um homem é gentil com desconhecidos, isto mostra que ele é um cidadão do mundo, e que seu coração não é uma ilha que foi arrancada de outras terras, mas um continente que se une a eles." (Francis Bacon)

Pensamentos da Escrita

12.06.09, maripossa

Os amigos que me conhecem sabem como sou. Transparente qb e amiga, por vezes sou um tumulto de emoções, outras vezes mar calmo e sereno.Tenho momentos de dançarina, que rodopia no salão ao som de lindas melodias latinas. Outras sou aquela que escreve palavras sentidas e de coração, sempre com a escrita da poesia que ilumina o meu ser. Mas tenho muito de um canteiro cheio de flores, de malmequeres, rosas e tulipas e até as orquídeas, gosto do seu cheiro e suavidade, que entra na minha alma com cheiro que a natureza trás até mim, então corro como uma perfeita maripossa, de flor em flor e jardim em jardim ao encontro de amigos, pouso lhe digo um olá e lhe deixo um carinho. Na volta subo montes e vales ao encontro das serras, onde luto e protejo a natureza, para que não lhe cheguem o lume, me esforço em trabalho a dominar as chamas, vou a exaustão da força, me atiro para o alcatrão da estrada e regresso depois do dever comprido.É nesta luta que chego a braços amigos e de amor onde descanso as assas de uma Fénix renascida e que volta a lutar por tudo de igual forma, esta sou eu.

Lisa

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