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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Noite de S. João

23.06.10, maripossa

Esta noite de S. João se apodera de mim a saudade e um aperto de coração.Lembro os amigos que partiram,os bailaricos e brincadeiras feitas sem maldade.Nesses momentos só era preciso música e se bailava em algum lugar.Quando era criança,a minha avó fazia uma linda cascata,para além de enfeitar um altar de santos de sua devoção que existia em casa,assim eram os tempos dos avós.Penso que hoje,se falar nisto aos netos das novas gerações dizem logo...isso não se usa,é piroso.Como se era feliz com tão pouco,hoje tendo tudo ao nosso alcance,tudo é banal e sem magia e encanto,dava mais luta tentar querer.Nos dias que correm,as crianças se habituaram a ter e muito,sem esforço sem meta de coisas alguma,logo de seguida perde todo o prazer.Era a noite especial,de fazer café na cafeteira para aguentar a noite toda.O S. João foi industrializado com martelos se começou a perder o habito da cidreira e do alho,embora em alguns lados ainda se faça isso,principalmente no Porto,para mim esta festa é realmente lá.

 

Lisa

 

 

PRESENÇA

16.06.10, maripossa

É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

 

Mario Quintana

 

Me enebriei pela palavras de Qintana,ao ler adorei e aqui vai para quem gostar de ler.

 

Pensamento

09.06.10, maripossa

Em cada dia que passa estes lugares blogs,vão ficando vazios.Uns pelos silêncios criados pelos seu donos,outros porque perderam o interesse,mas muitos porque quem escreve sabe que os sentimentos podem ser de diversas formas de se tentar expressar a sua maneira de ser e lidar com os outros.Muitos amigos fazem comentários,não direi aqui,mas por outras vias que as pessoas são desagradáveis! Penso que é um pouco a mentalidade da pessoa que vem para estes espaços tentar denegrir quem faz bem e escreve vem.Já tive muitos que o tentaram fazer,mas para esses as portas estão encerradas,gosto de paz e tranquilidade,mas principalmente amizade.Aos amigos que vem aqui,o meu espaço está aberto para eles sempre,posso andar por outros lados,mas este tem outro encanto,e assim vai continuar para que conste.Hoje me deu para este desabafo,não foi por nada...simplesmente me apeteceu.

 

Lisa

 

Meu País

01.06.10, maripossa

Meu país turístico de doce clima tão frio

de negras neves a caiar os montes e os prados cansados

Tenho uma capa de degredo larvas de água triste

nos cabelos húmidos.

E pés descalços pelos sapatos do desengano

meu país de água com mar à beira

meteste-me no fogo do ventre um coração parado

pelas águas geladas de poluídos rios e gastos mares.

E sou (fui) a imigrada presente que nem parte nem partiu

Não partirá

Arbusto mal plantado no suicídio do vento

cobrindo o rosto com as folhas das mãos

 

Matilde Rosa Araújo