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Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Maripossa

Tudo que tem asas deve voar,por isso a borboleta selvagem o faz sem nunca olhar para onde.

Natal

16.12.09, maripossa

Um anjo imaginado,

Um anjo diabético, atual,

Ergueu a mão e disse: — É noite de Natal,

Paz à imaginação!

E todo o ritual

Que antecede o milagre habitual

Perdeu a exaltação.

 

Em vez de excelsos hinos de confiança

No mistério divino,

E de mirra, e de incenso e ouro

Derramados

No presépio vazio,

Duas perguntas brancas, regeladas

Como a neve que cai,

E breve como o vento

Que entra por uma fresta, quizilento,

Redemoinha e sai:

 

A volta da lareira

Quantas almas se aquecem

Fraternalmente?

Quantas desejam que o Menino venha

Ouvir humanamente

O lancinante crepitar da lenha?

 

Poema:Miguel Torga

photo: olhares

 

 

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