Capas Negras
Decorria o ano de 1966 em plena Praça da Batalha,na altura um café que lá existia,por amizade com outros colegas conheci, Adriano Correia de Oliveira pessoa gentil carinhosa,enteresada em saber o que fazia ou se estudava,aí fomos um grupo de rapazes e raparigas,entramos no dito café e nas mesas sentados eram talvéz umas três, não é que de repente o empregado,chega ao ouvido de um estudante e diz atenção amigos,anda aí a PIDE,eu que era muito nova na altura! se calhar a mais nova do grupo...disse vou embora que o meu pai mata-me,foi o medo da juventude e de pouco saber sobre o que era a ditadura,mas nesta pequena lembrança fica o olhar,a voz nunca mais esqueci aquele dia.
Hoje aqui recordando,se calhar não escrevo" A TROVA DO VENTO QUE PASSA"mas sim capas negras,para ele onde estiver sempre será lembrado... ADRIANO
maripossa
Capa negra, rosa negra
Rosa negra sem roseira
Abre-te bem nos meus ombros
Como o vento numa bandeira.
Abre-te bem nos meus ombros
Vira costas à saudade
Capa negra, rosa negra
Bandeira de liberdade.
Eu sou livre como as aves
E passo a vida a cantar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar.
Poema Manuel Alegre